Crítica de Livro- Contos Libertinos

 Quem já leu os livros de Marquês de Sade já percebeu que o escritor foi um cara muito além de sua época, mais ou menos no século XVII. É o de se esperar de um livro clássico: o linguajar e maneiras da época. O caso é que Sade era aquele tipo de homem que remava contra a maré: Era ateu, não queria obedecer as leis impostas pela igreja e um fanático por sexo.Perfis totalmente fora do padrão correto na época. Sade escreveu vários contos sexuais, como 120 Dias de Sodoma e Contos Libertinos.
 Eu apenas li o segundo e posso dizer que ele era realmente "excitantemente" um gênio. Para começar, Sade conseguiu ir além ao seus contos. Eram estórias que teriam um pensamento de hoje em dia. Ele pouco se preocupava com o que as pessoas, o país, até Napoleão Bonaparte (que entregou-lhe o livro e o imperador mandou queimar) pensavam. Seu instinto sexual e talento eram muito maiores que isso. Foi aí que ele começou a chutar o balde e escrever mais e mais, até ser internado por loucura (quem viu o filme Contos Proibidos, sabe da história).


Os Contos Mais Saborosos

São vários contos no livro, mas os que mais me chamaram a atenção foram os "O Marido Padre" e "O Professor Filósofo". Por mais que Sade tenha sido muito sexual em suas estórias, pode-se perceber que ele não era tão explícito, mas sim sensual. Ele escrevia de uma maneira que seduzisse o leitor, faze-lo pedir mais e mais. Uma coisa curiosa em sua vida, é o seu "ódio" pelo catolicismo, principalmente por padres. Acredito que Sade era do tipo que acreditava que se um homem comum é de um jeito, o padre também é, afinal, sexualidade não escolhe. Vem aquele velho papo de que os padres mantinham relações sexuais com coroinhas e meninos.
 No conto "O Professor Filósofo" não é um padre, apenas um professor mesmo. Mas, apesar de seus ensinamentos ao seu discípulo, o professor era de caráter sujo e doentio. Em uma de suas aulas, ele chama outra menina, mais ou menos da mesma idade de seu discípulo. A "lição" era saber sobre a vida. É nesse momento que se chega ao voyeurismo. Sade tinha um encanto pela ingenuidade e pureza, mas para fazê-los mudar de lado.
 O conto "O Marido Padre" foi para mim tanto engraçado quanto comum hoje em dia. É a sua visão que ele tinha dos padres. Um casal morava perto da igreja e o marido era amigo do padre. No momento que o padre pede para o marido comandar a igreja por um dia, o padre se envolve com a mulher. O engraçado dos contos é o próprio linguajar, que digo. Era "Oh santa" pra cá, era "Oh alma pura" pra lá. Eu tive uma visão um tanto "forte" enquanto lia o conto. Imaginava o padre bem eufórico, quase desesperado.
 São contos muito bem feitos e vale a pena ler. É o tipo de livro que seduz o leitor o tempo todo. Para quem gosta mais de livros sensuais do que exageradamente sexuais (como contos eróticos de hoje em dia), os livros do Marquês de Sade valem muito a pena.
 Espero terem gostado da crítica (-;

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